A Doença do Bico e das
Penas dos Psitacídeos (circovírus) é uma das doenças virais mais significativas
dos psittaciformes, podendo infectar um grande número de espécies desta ordem. As
espécies mais afectadas por esta doença são as catatuas e os papagaios cinzentos,
no entanto, qualquer espécie de psitacídeo pode contrair o vírus. Os sinais
clínicos incluem anorexia, perda de peso, alongamento e fraturas de ranfoteca
(membrana córnea ou cutânea que recobre o bico das aves), e penas distróficas.
Não há tratamento para estas infecções, sendo recomendada terapia suporte para
controle de agentes oportunistas devido à imunossupressão.
A transmissão do
circovírus ocorre via oral, via fecal, de mães para filhos e via nasal pelo pó
das penas dos animais infectados, as
partículas virais podem ser espalhadas nas penas por correntes de ar, fezes
secas ou até mesmo nas vestimentas do manipulador das aves. O vírus infecta
aves com menos de 3 anos de idade, materiais
dos ninhos, utensílios de alimentação, redes, gaiolas, transportes de aves, são
facilmente contaminados pelo vírus. Uma vez que as partículas virais podem
permanecer no ambiente por meses, mesmo depois da morte da ave, ainda existe um
alto potencial da infecção se espalhar em todo o plantel.
Este vírus causa
distrofia progressiva das penas, ou seja, as penas crescem de forma diferente
do habitual observado, o que mais tarde resulta na queda das mesmas. Outras alterações
observadas, a alteração da cor das penas, também se observa deformações no bico e garras,
provocadas por necrose das células. Em alguns psitacídeos podem não ocorrer
alterações morfológicas visíveis, mas a ave apresenta-se letárgica, anémica e
com alterações hematológicas características.
O circovírus causa uma
supressão (inibição) imunológica extrema, que geralmente leva à morte da ave
por infecções secundárias. No entanto, algumas espécies, como as caturras e os
agapornis podem sobreviver à doença mas podem transmitir a doença por serem
portadoras do vírus.
Devido à fácil
transmissão do vírus e ao fato deste sobreviver no pó das penas por longos
períodos de tempo, as gaiolas/viveiros que alojaram uma ave portadora do
circovírus devem ser limpos com desinfectantes de uso veterinário específicos antes
de colocar uma ave nova, e deve-se fazer exames para rastreamento desta e
outras possíveis doenças na ave nova antes de introduzir a nova ave em seu
plantel.
Este vírus pode
permanecer escondido/oculto durante muito tempo, até por anos, após os quais se
pode manifestar de forma repentina, por isso, a pesquisa do circovírus após a
aquisição de uma ave é de extrema importância.
O diagnóstico é feito
por um teste de reação da polimerase em cadeia (PCR) realizado às penas infectadas
ou ao sangue da ave, onde se pesquisa a presença do vírus.
Não existe um tratamento
realmente eficaz para o circovírus, nem vacina para prevenção, por isso, é
fundamental o rastreio precoce a este vírus e o controle rigoroso em novas
aquisições de aves para seu plantel.
Renata Martins.
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