Responsabilidades humanas na reprodução de calopsitas
Antes de pensar em levar adiante a reprodução de um casal, colocar ninho e ter início a postura e o choco são necessários e importantes ter em mente alguns fatores para o bem estar e saúde dos “pais” e futuros “filhotes.
Manter este
casal em local calmo e tranquilo sempre e evitar mexer no ninho
neste período, exceto com o nascimento dos filhotes para realizar a
limpeza do ninho que é de extrema importância.
1-
Oferecer alimentação diferenciada e farta todos os dias;
2- Se
utilizar vitaminas, sempre na parte da manhã;
3-
Colocar um recipiente com água limpa e temperatura ambiente para ajudar a
fêmea na
postura e auxiliar o casal a umedecer os ovos para que o filhote tenha facilidade
em romper a casca do ovo;
4-
Oferecer alimentação farta para os pais alimentarem os filhotes, se estes perceberem
escassez abandonam os filhotes ou os matam;
5- Nunca
mexer no ninho ou oferecer qualquer fator de estresse ao casal, principalmente
se forem pais pela primeira vez;
6- Após o
nascimento dos filhotes a higiene do ninho deve ser impecável para evitar a
proliferação de bactérias e os pais ingerirem e acabar alimentando os
filhotes;
7- Trocar
a maravalha com frequência, mantendo o ninho seguro e para evitar que os
filhotes não tenham apoio, evitando assim problemas nas patas;
8-
Observar se os pais estão alimentando corretamente os filhotes, caso não, neste
caso retire o filhote mais velho e deixe os pais alimentarem os menores
primeiro, recoloque o mais velho para que os pais alimentem. Observe;
9- Caso ainda
não saiba como alimentar filhotes busque aprendizado antes;
10- Tenha
sempre um pote de papa específico para psitacídeos, caso ocorra uma possível emergência
estará prevenido não expondo o filhote a risco;
11- Tenha
seringa especifíca para alimentação de filhotes (mais de 1), recipiente não
metálico e colher;
12- Não
compartilhe seringas de alimentação;
13- Esterilizar
e limpar sempre todos os utensílios utilizados para alimentar cada um dos filhotes
sempre após cada uso;
14- A
partir de 45 dias o filhote já poderá aprender a se alimentar sozinho, nesta
ocasião deixe também água filtrada e fervida sempre a disposição.
Parece
exagero né?
Acredite,
não é!
É um
período muito desgastante para os pais e requer cuidados muito especiais.
Os
filhotes são muito sensíveis e precisam dos pais e de você caso os pais faltem
com seus deveres. E aí você diante do que eles podem precisar está preparado?
Caso
não, busque aprendizado e informações. São vidas, tão especiais quanto a nossa.
ALIMENTAÇÃO DURANTE A REPRODUÇÃO
Na época da reprodução deve ser colocada
no viveiro ou gaiolão uma grande variedade de alimentos. Se as calopsitas sentirem
escassez desses alimentos, o casal mudará o comportamento e ficaram andando
desesperados de um lado para outro, além disso, elas gritaram quando os potes
estiverem quase vazios. Para evitar que isso ocorra, coloque dentro do viveiro ou
gaiolão ovos cozidos (sem sal), milho verde cozido (sem sal), além das sementes
descritas na matéria que aborda a alimentação das calopsitas. Coloque também osso de siba e pedra de cálcio, para
suprir as necessidades digestivas e a carência de cálcio das fêmeas durante a
postura.
OVOSCOPIA
Nem sempre todos os ovos estão galados, mas descobrir quais estão fertilizados e quais não estão é só fazer uma ovoscopia (colocar o ovo contra a luz para ver se a luz transpassa o ovo). Este procedimento requer muito cuidado, não é aconselhável ser feito antes de 7 dias após a postura. Deve se lavar bem as mãos antes de tocar nos ovos para evitar que sejam abandonados pelos pais.
PROBLEMAS QUE PODEM OCORRER NESTA FASE:
As causas mais comuns para este problema são:
· fêmea muito jovem tentando botar seu primeiro ovo
· falta de cálcio na dieta
· falta de vitaminas e minerais
· obesidade
· disfunção no trato reprodutivo
· excesso de reprodução
As deficiências nutricionais podem fazer com que a ave produza ovos com a camada externa menos dura e maior do que o normal, ou ovos de formatos anormais. A camada externa macia faz com que os músculos do ovário e da cloaca não consigam empurrar o ovo adiante, além disso, os músculos dessa região também podem ficar fracos por falta de uma dieta adequada, não conseguindo contrair de modo eficaz e expelir o ovo.
As deficiências nutricionais podem fazer com que a ave produza ovos com a camada externa menos dura e maior do que o normal, ou ovos de formatos anormais. A camada externa macia faz com que os músculos do ovário e da cloaca não consigam empurrar o ovo adiante, além disso, os músculos dessa região também podem ficar fracos por falta de uma dieta adequada, não conseguindo contrair de modo eficaz e expelir o ovo.
Os sintomas do quadro de ovo preso são:
· pássaro sentado no chão da gaiola
· sentado sobre a cauda
· pernas estendidas e rabo batendo
· distensão abdominal
· esforço continuado e respiração difícil
· Falta de fezes e penas eriçadas
O ovo preso também pode afetar os nervos que controlam a musculatura da perna, impossibilitando que a Calopsita fique empoleirada. Em razão do esforço prolongado, a ave também fica fraca, exausta e pode até entrar em choque.
O tratamento nestes casos requer AUXÍLIO DE UM VETERINÁRIO, que em primeiro lugar irá recorrer a técnicas não cirúrgicas (como injeção de cálcio e hormônio diretamente no fêmur, promovendo contração muscular) ou retirada do ovo através de cirurgia.
É importante que você nunca tente retirar ou quebrar o ovo, pois isso pode ser fatal! Leve sua ave ao Veterinário o mais rápido possível, pois somente ele pode socorrer sua ave com segurança. Lembre se sempre disso!
OS FILHOTES
Após a eclosão dos ovos os pais se revezam no cuidado e alimentação dos filhotes. O comportamento dos pais, a partir deste momento, pode mudar ainda mais. Normalmente a fêmea fica com os filhotes. Quando ela sai o macho fica no ninho aguardando o retorno dela para poder sair novamente. Tanto a fêmea quanto o macho alimentam o filhote diretamente no bico. É preciso ter atenção porque nem todos os ovos eclodem, obrigatoriamente. O período de duas semanas é muito importante para o crescimento dos filhotes. Quanto mais os filhotes receberem alimento dos pais mais saudáveis eles serão. Quando se quer amansar calopsitas normalmente se retiram os filhotes durante o final deste período, porque antes disto há grande chance dos filhotes morrerem. Recomendo amansar suas calopsitas somente a partir dos três meses de vida. Desta forma garante-se uma maior saúde e longevidade da ave. Embora deva-se evitar ao máximo se mexer em ninhos neste período temos que atentar para dois fatores :
Primeiro : Algumas vezes um filhote acaba saindo do ninho e indo para a 'ante-sala' (onde há a abertura redonda de entrada do ninho) . No caso do filhote ser novo e ficar lá, são grandes as chances dele morrer. Os filhotes não conseguem gerar o seu próprio calor de forma adequada. Permanecendo no ninho ele é aquecido pelos pais e, quando há mais de um filhote, pelo próprio irmão. Nestes casos é interessante uma avaliação adequada e que se tente pôr de volta o filhote no ninho.
2 filhotes fora do ninho próximo a saída |
Segundo : Algumas vezes os pais acabam não alimentando os filhotes ou acabam alimentando-os menos do que deveriam. Nestes casos os filhotes podem simplesmente morrer por inanição. Existe também a possibilidade de que, por algum motivo, os pais abandonem o ninho. Em qualquer destes casos é necessária uma intervenção humana, porque certamente eles morrerão. Devemos lembrar, sempre, que calopsitas são aves naturalmente assustadiças. Um grande susto ou grande alteração no ambiente de forma súbita pode ocasionar tais abandonos. Nestes casos temos que proceder, nós mesmos, à alimentação deste filhotes. Filhotes são extremamente frágeis e delicados. Temos que tomar o maior cuidado possível no eventual manejo dos mesmos.
A alimentação deste filhotes com poucos dias ou semanas de vida deve ser efetuada com cuidado e critério. Atualmente existem, no mercado, diversos alimentos destinados à alimentação de filhotes de calopsitas. Se possível devemos procurar alimentos voltados a psitacídeos. Atualmente a Alcon (usada por mim) tem comercializado alimentos especialmente voltados para filhotes de psitacídeos, caso das Calopsitas. Junto com as embalagens tem também a forma de preparo dos mesmos. Via de regra o alimento - em pó - deve ser dissolvido em água morna e servida aos filhotes. Embora filhotes possam aceitar alimentos frios existe uma aceitação maior quando a alimentação se dá morna, é como vem o alimento oferecido pelos pais. Os filhotes podem, inicialmente, rejeitar esse tipo de alimento. Devemos, entretanto, insistir para garantir a vida da ave. Pela prática, aconselho que os filhotes sejam primeiramente aquecidos e colocados sobre uma superfície devidamente 'acolchoada' por panos de forma que o filhote possa sentir o mínimo possível de frio e depois de alimentados (com o papo cheio) é imprescindível que não sejam manuseados.
Seringa para alimentação de filhotes |
Caso não encontre seringa deste modelo pode ser usada uma seringa de insulina sem agulha. Uma colherinha tipo de chá pode ser usada, embora desta forma acho que tem um grande desperdício, basta amassar a ponta dela com um alicate, ela vai ficar como na foto abaixo:
PREPARAÇÃO DA PAPINHA
Como já foi dito anteriormente a papa deve ser servida morna, misture a quantidade recomendada com água ( de preferência filtrada) e leve ao micro ondas por 10 segundos, pode amornar a água no fogo e adicionar a papinha. lembrando de verificar se não está muito quente, evitando problemas de queimaduras no filhote o que vai dificultar ainda mais a alimentação dele. Se optar pelo usa da seringa lembre se sempre de retirar o ar (se observar que ficaram bolhas de ar entre a papinha e a seringa) da seringa para evitar que entre ar no papo e cause problemas ao filhote.
Para tratar um filhote com papa deve se seguir uma tabela de acordo com a idade.
Segue um exemplo:
3ª Semanas: às 7:00 h - 11:00 h - 15:00 h - 19:00 h e 23 h;
4ª Semanas: às 7:00 h - 12:30 h - 17:30 h - 20:00 h e 22:30 h;
5ª Semanas: às 7:00 h - 15:00 h e 22:00 h;
6ª e 7ª Semanas: às 7:00 h e 22:00 h;
8ª Semanas: às 22:00 h;
4ª Semanas: às 7:00 h - 12:30 h - 17:30 h - 20:00 h e 22:30 h;
5ª Semanas: às 7:00 h - 15:00 h e 22:00 h;
6ª e 7ª Semanas: às 7:00 h e 22:00 h;
8ª Semanas: às 22:00 h;
Estes horários não precisam ser seguidos a risca, assim, se às 10 da manhã perceber que o papo está vazio deve tratar dele. A tabela é apenas uma ajuda.
LEMBRE SE DE OBSERVAR SEMPRE O PAPO DO FILHOTE ENQUANTO O ALIMENTA!
A partir de 4 semanas você pode deixar um pote com farinhada ou até mesmo uma mistura de sementes, pois o filhote de Calopsita começará a descascar e aos poucos irá comer sozinho, portando será uma fase de transição entre a papinha e as sementes, lembrando que quando as sementes começarem a ser oferecidas não esqueça de dar um pouco de água ao filhote.
ATENÇÃO
(DÊ ÁGUA SOMENTE QUANDO AS SEMENTES COMEÇAREM A SER OFERECIDAS)
Aproximadamente com 10 semanas o filhote vai estar “desmamado” e não vai mais precisar da papinha.
Para cuidar de filhotes você precisará de muito carinho e atenção.
ATENÇÃO: Cuidado com os filhotes gerados pelo cruzamento de “INOs” (Albino, Lutino, Rubino, etc...), devido ao fato desse tipo de mutação ser menos resistentes a luz, deve-se ter extremo cuidado ao expô-los à luz solar.
Estufas (UTA – Unidade de Tratamento Animal)
É importante lembrar que os filhotes de calopsitas são ALTRICIAIS, (nascem incompletos, sem as penas, com os olhos fechados e sem o tônus muscular que permite os filhotes se movimentar livremente). Por isso, são totalmente dependentes dos pais e, em contrapartida, totalmente dependentes de nós quando são criados longe dos pais ou rejeitados. Por não terem penas, os filhotes não conseguem controlar e manter a temperatura do corpo. No ninho, o contato com os pais e/ou os outros filhotes os mantêm aquecidos. Porém quando isso não é possível, devemos usar estufas (ou como alguns veterinários preferem chamar “UTA - Unidade de Tratamento Animal”) para ajuda-los a manter a temperatura do corpo.
Exemplo de estufa (UTA - Unidade de Tratamento Animal) |
Estas estufas devem ser reguladas adequadamente, de acordo com a idade dos filhotes que ficarão dentro delas. Filhotes de até duas semanas aproximadamente, devem ser mantidos em uma temperatura de 36°C. A partir de segunda semana, a temperatura da estufa pode ser reduzida para 33°C e poderá ser mantida assim até o final da quarta semana.Depois se pode experimentar a redução para 30°C e assim por diante, mas sempre se observando o desenvolvimento dos filhotes e das penas que cobrem seu corpo. Todo esse processo não é apenas uma questão de cálculo matemático. Quem estiver monitorando os filhotes deve avaliar o desenvolvimento de cada um deles e definir quais as melhores condições de temperatura a serem aplicadas.Alguns filhotes se desenvolvem mais rápido do que outros, e vice-versa. Filhotes ofegantes indicam que a temperatura está muito elevada e filhotes que estejam tremendo, indicam que a temperatura está abaixo do ideal.
É fundamental que os filhotes sejam mantidos em uma temperatura ideal, para que o processo de suas funções fisiológicas não seja comprometido. Cada filhote deve ser colocado em um recipiente compatível com o seu tamanho, não sendo muito largo para que ele possa ficar mais aquecido. Cada recipiente deve ser forrado com lenços de papel macios, para evitar irritações de pele. Papéis ásperos agridem e machucam a pele dos filhotes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário