Artigos 2



Artigo 6

COMO MEDICAR CALOPSITAS

O veterinário indicou uma medicação para sua ave.

E agora? Você tem dúvidas, medo ou receio de medicá-la? É importante que antes de sair do consultório converse com ele sobre suas inseguranças e a dosagem a ser ministrada. Não se envergonhe. Relate isto ao veterinário e peça a ele que lhe dê alternativas ou que, pelo menos na primeira vez, dê a medicação junto com você. Peça a ele que lhe ensine, na prática, como fazer.

Dar remédios por via oral para aves é uma ação perigosa e requer cautela, principalmente pelo fato de algumas aves possuírem temperamentos ariscos ou ficam muito agitadas com a “imobilização” humana. As vezes não é tão simples o quanto parece ser.

Quando levamos para consulta e é receitado remédios via oral, alguns veterinários “se esquecem” de avisar ao dono sobre os perigos ao ministrar remédios, sobre os cuidados a serem tomados e as prováveis soluções em caso de problemas.

O que fazer se sua ave “aspirar“ (engasgar) com remédio?

Um dos perigos que deve ser relatado aos proprietários de aves durante a prescrição de medicamentos é o risco de “aspiração”. Que pode ocorrer no momento de ministrar o medicamento via oral em pássaros, no manuseio incorreto eles correm o risco de “aspirar” o remédio e, se isto acontecer, eles podem vir a morrer. “Aspirar” quer dizer: Inalar o remédio que vai por via errada para o pulmão causando sufocamento na ave, muitas vezes, provocando sua morte.

Como evitar que sua ave “aspire” o remédio:

Nunca forneça mais que 2 gotas direto no bico. Coloque as 2 gotas na cavidade inferior do bico (pscitacídeos), após ministrar segure a ave na posição de pé, um pouquinho, até ela ingerir o medicamento. Se a quantidade do medicamento a ser dada for superior a 2 gotas, dê as 2 primeiras gotas, solte a ave, espere uns 3 minutos, volte a pegá-la e dê o restante.

É bastante comum o veterinário receitar mais de 1 medicamento e por isto haverá a necessidade do processo acima. Após ministrar o medicamento fique observando por uns 5 minutos para ver se está tudo bem e se a ave está respirando normal.

Mesmo com todos os cuidados ela “aspirou”? 

Você percebeu que ela está sufocando. Se ela não espirrar e jogar o remédio fora, imediatamente, pegue-a de novo, coloque-a na posição de ponta-cabeça (cabeça para baixo - bico na direção do chão) e dê pequenas sacudidelas nela, leves não faça de uma forma agressiva. Provavelmente, o remédio vai voltar pela traqueia. Mesmo diante de um susto enorme como esse é preciso se manter calmo e agir para evitar a possibilidade de óbito.

Cuidados e precauções devem ser tomados quando você necessitar ministrar medicamentos no bico de sua ave. O primeiro cuidado a ser tomado é com relação a dosagens que alguns veterinários receitam. Por exemplo: 0,3 ml de algo. O que dá 0,3 ml? Aproximadamente, 8 gotas. Vejamos: 8 gotas de qualquer medicamento não é muito para uma ave que pesa 90 gramas? Isso levando em consideração o peso habitual, pois algumas aves apresentam baixo peso quando ficam doentes. Além disto, como você daria 8 gotas no bico de uma calopsita sem sufocá-la? Com cuidado e aos poucos. Requer orientação e cuidados, mas não é uma tarefa tão difícil quando se ama e tem cuidados com suas aves.

Apesar do metabolismo das aves serem mais rápido, leve em conta que algumas aves, são pássaros de pequeno porte e não precisam de doses cavalares. Use o bom senso e argumente com o veterinário, se for necessário. Uma dica importante é que se deve ter cuidado na prescrição de alguns medicamentos em aves com peso abaixo de 65g e uma diluição talvez se faça necessária.

Os veterinários estão tão habituados no manejo e em medicar aves que passa despercebido que o proprietário talvez não tenha tanta experiência em realizar alguns procedimentos. Isso não mencionando que existem veterinários não especializados em aves que tratam e indicam medicamentos como se tivessem tratando um cão ou um gato. 

Fora os vendedores de Pet Shops e lojas de agropecuária que indicam medicamentos e dosagens erradas na grande maioria das vezes.

Procure sempre usar a seringa de insulina para ministrar remédios. Se você usar o conta-gotas e não tiver muito controle da mão, poderá acabar pingando mais que o necessário. Com a seringa você pode fazer a medida e dar com mais facilidade e tranquilidade.

Uma boa alimentação, higiene e bons hábitos são primordiais para que sua ave tenha uma vida saudável, evitando assim o uso constante de medicamentos e riscos.






Artigo 7

POSSO DAR OVO DE CODORNA PARA CALOPSITAS?

Hoje um dos nossos seguidores, amigo e parceiro levantou uma dúvida e que pode ser polêmico e também dúvida de muitos.

Em uma porção de 100g, podemos observar que o ovo de codorna e o de galinha contém:

- Calorias

Codorna - 177

Galinha - 143

- Proteína (g)

Codorna - 13,7

Galinha - 13,0

- Colesterol (mg)

Codorna - 568

Galinha - 356

- Ferro (mg)

Codorna - 3,3

Galinha - 1,6

- Cálcio (mg)

Codorna - 79

Galinha - 42

- Vitamina A (mcg)

Codorna - 305

Galinha - 79

- Fósforo (mg)

Codorna - 279

Galinha - 164

- Sódio (mg)

Codorna - 129

Galinha - 126

Em calorias e em colesterol, na descrição acima vc pode perceber que é o ovo de galinha, que possui MENOR valor calórico e muito menos colesterol do que o de codorna.

Sem dúvida, o ovo de codorna supera, tendo um valor de proteína, ferro, cálcio, vitamina A e fósforo MAIOR. Além de ser rico em vitamina E.

Você pode variar o tipo do ovo, e sempre observar se com o oferecimento a ave vai apresentar alguma alteração nas fezes. Caso isso ocorra suspenda o oferecimento.

Diante de tantos alimentos inadequados oferecidos a elas as vezes diariamente, podemos perceber que o oferecimento de ovo de codorna não oferece perigo a saúde delas, desde que seja preparado de forma adequada e não fique exposto na gaiola/viveiro por um longo período.

Vale lembrar pessoal que as referências que citei acima é para uma porção de 100 gr portanto, se vc oferece ovo 1x por semana o espaço de dias para o próximo oferecimento caso use o de codorna pode ser maior ou não oferecer as 100g citadas.

Obs: O tempo de cozimento precisa ser superior a 30 minutos após fervura da água.





Artigo 8

O USO DE VERMIFUGOS


Em vários grupos podemos observar questionamentos sobre quando e como vermifugar seu anjo, pois bem, você pode 1x ao ano APÓS REALIZAR exame parasitologico para saber da existência e qual parasita precisa tratar e o melhor vermifugo a ser utilizado. Tudo isso é realizado em consulta com o veterinário especializado que cuida de suas aves.

Não é bom realizar tratamento preventivo para verminoses em calopsitas, pois o uso de vermifugo baixa a imunidade da ave abrindo brechas para bactérias oportunistas agirem colocando em risco a saúde de sua calopsita. 

Reparem que com o uso (quando recomendado corretamente) as fezes sofrem leve alteração, não é verdade? Então, imagine o uso desnecessário em uma ave saudável? Não dá muito certo, fora o fato de que em um organismo podem existir inúmeros protozoários, parasitas e bactérias incubadas ou assintomáticas que podem ser "irritadas" diante do uso incorreto não só de vermifugos como de muitos outros medicamentos.

A MELHOR PREVENÇÃO É HIGIENE E BOA ALIMENTAÇÃO!

As calopsitas ao longo de 1 ano passam por alguns períodos naturais que já precisam ser monitorados com cautela, muda de penas, reprodução, postura, choco e alimentação de filhotes portanto elas nos indicam suas principais carências e possuem um organismo que não podemos nos permitir cometer erros, são totalmente dependente de nós.

Mas Jardim das Calopsitas, onde eu moro não tem veterinário especializado?

Atualmente temos laboratórios que recebem amostras e realizam exames o que facilita muito.

Sejamos observadores! Responsáveis e amáveis com nossas aves!


Artigo 9

INTOXICAÇÃO POR CHUMBO


A intoxicação por chumbo é comum nas aves. A maioria dos casos ocorre pela exposição a este.

Temos como exemplo várias fontes de chumbo os pesos de pesca, pesos de cortina de chumbo, tintas a base de chumbo, papel laminado de algumas garrafas, gesso impregnado com chumbo, massa de vidraceiro com chumbo, solda com chumbo, parte traseira de espelhos, solda de janelas de vidro coloridas, bijuterias, invólucros de ferragens, arame galvanizado, algumas soldas de gaiolas, brinquedos para aves com pesos de chumbo, sinos com badalos de chumbo, cerâmicas inapropriadamente esmaltadas, alimentos e farinha de osso contaminados.

As intoxicações por metais possuem uma sintomatologia clínica parecida, mas o diagnóstico e tratamento são diferentes, em especial a intoxicação por chumbo e zinco. O chumbo pode ser estocado em diversos orgaõs e tem uma complexa interação com vários sistemas. Aves com este tipo de intoxicação podem necessitar de um tratamento prolongado para adequada remoção dos níveis de chumbo corporais.

Dentre os metais pesados, o chumbo é o maior causador de intoxicação. Uma vez absorvido, o chumbo possui três principais efeitos bioquímicos e é transportado para um dos três compartimentos fisiologicamente distinto. Devido às propriedades químicas similares, o chumbo mimetiza e compete de maneira superior com o cálcio e causa efeitos prejudiciais na respiração mitocondrial e na função neurológica. Outro efeito conhecido, é que o chumbo altera a síntese de DNA e RNA e subseqüentemente a informação genética celular.

Alguns sinais clínicos relatados são alterações nos sistemas gastrintestinal, neurológico e hemolinfático. Os sinais mais comuns sao vagos e incluem anorexia, letargia, diarréia com bile, poliúria e perda de peso.

Aves intoxicadas por chumbo apresentam anormalidades neurológicas severas incluindo tremores, convulções, ataxia, inclinação da cabeça, andadura em círculos, alterações no comportamento, paresia de membros posteriores e asas. Algumas aves podem não demonstrar nenhum sinal clínico; outras podem somente apresentar uma emaciação e outras quadro severo quando não observada rapidamente.

A toxicose por chumbo pode causar anormalidades no hemograma e nas bioquímicas plasmáticas.

A radiologia pode mostrar densidades metálicas. A toxicose por chumbo pode estar presente sem sinais radiográficos anormais. Em alguns casos de intoxicação crônica, a fonte original de chumbo pode não estar mais no trato gastrintestinal, mas vem sendo absorvida.

O diagnóstico definitivo somente é realizado pela espectrofotometria de absorção atômica. Os níveis de chumbo no sangue completo maiores que 0,2ppm (20 microgramas) sugerem uma toxicose por chumbo, e os níveis maiores que 0,5ppm (50 microgramas) são diagnósticos de toxicose por chumbo.

Para o tratamento da intoxicação por chumbo, exigem-se uma terapia de quelação, terapia de suporte e algumas vezes remoção de corpo estranho.

Aprender a observar sua ave é também neste caso de extrema importância


Artigo 10

O PERIGO DO ALUMÍNIO!


O alumínio é absorvido no organismo através da nossa alimentação e do ar que respiramos, mas apenas uma fração é absorvida, porque os pulmões, estômago e rins trabalham em conjunto para eliminar mais de 95% da quantidade total ingerida.

Estudos recentes mostram o impacto desse metal no organismo e a ocorrência de doenças neuro degenerativas, comprometimento hepático e até mesmo cânceres.

Observa-se também que o excesso de alumínio no organismo podem manifestar alterações crônicas de problemas intestinais, como diarreia e períodos de constipação, inchaço abdominal e má digestão, problemas de penas, dores nas articulações e musculaturas, queda de penas, perda de peso, cansaço, entre outros sintomas. Isso considerando que todas as aves possuem um organismo complexo em sua totalidade, incluindo agentes incubados e baixa imunidade repentina em determinados períodos de sua vida.

Ingerimos alumínio quando utilizamos os determinados produtos: alguns medicamentos; utensílios de cozinha: panelas, frigideiras, formas de bolo e pão, talheres, etc., pois passam alumínio para os alimentos cozidos. Há também o risco de ingerir partículas de alumínio ao usar potes deste, as aves bicam tudo constantemente o significado disto a longo prazo é potencialmente ruim.Na alimentação o alumínio está contido em Aditivos alimentares: anticoagulantes, endurecedores, fermentantes, emulsificantes, colorantes, acidulantes… Alguns são solúveis e podem atravessar a parede intestinal.

Por isso evitar produtos ultra processados fazem parte da desintoxicação além de incluir rotineiramente na dieta, frutas e verduras em geral preferencialmente orgânicos, mas especialmente couve, brócolis, entre outros muito bem lavados.

É de extrema importância modular a microbiota intestinal retirando também os alimentos que lhes causam desconforto pois eles acabam causando irritação nas paredes intestinais e diminuem a eliminação.

Portanto, não usem comedouros e bebedouros de alumínio para suas aves!
Se em um organismo humano é complicado imagina para elas!

Sabedoria e consciência na criação e manejo!

Obs: Prefiro pecar pelo exagero no zelo e cuidados com minhas aves do que causar a eles problemas mais tarde.


Artigo 11

POR QUÊ AS CALOPSITAS FICAM COM AS PENAS ARREPIADAS



As aves têm o corpo coberto por penas, que protegem contra a perda de calor. O "arrepio" é uma reação à baixa temperatura e uma forma de se evitar uma maior perda de calor. As aves são homeotérmicas, com temperatura constante, e conseguem mantê-la assim através dos alimentos e com auxílio das penas, que servem como isolante térmico.

Homeotérmicas? O que é homeotermia?


Homeotermia é o processo por meio do qual o animal mantém a temperatura do núcleo corporal aproximadamente constante, por meio de processos de aumento e dissipação de taxas de calor, mediante as flutuações de temperatura ocorridas no ambiente externo.


Os animais de temperatura constante, independente da temperatura ambiente são chamados homeotérmicos. Como os mamíferos, as aves são homeotermas e seu coração apresenta quatro cavidades, com a circulação venosa totalmente separada da arterial.


Desta forma, ocorre a circulação completa, ou seja, o sangue arterial não se mistura com o venoso, aumentando muito o rendimento energético do animal. Isso possibilita que mamíferos e aves possam manter constante a temperatura do corpo através da homeotermia, fisiologicamente muito mais eficiente que a ectotermia.

Por que os pássaros eriçam suas penas no inverno?

No inverno, quando a temperatura ambiente é baixa, usamos agasalhos para dificultar a transferência de energia de nosso corpo (temperatura mais alta) para o ambiente (temperatura mais baixa). O ar que fica entre as malhas do tecido tem alguma importância neste processo?

Para nós que possuímos já observamos nossas calopsitas no inverno, procure observar. Elas protege-se do frio eriçando as penas e mantendo ar entre elas. Outro fator que interfere na manutenção da temperatura do corpo das aves é a presença de gordura subcutânea e de uma camada de penas. Essa camada de penas auxilia muito no controle da temperatura, pois quando a temperatura está baixa, as penas arrepiam, aumentando a camada de ar retida entre elas, promovendo o isolamento térmico. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, também há uma maior oxidação dos alimentos, para produzir mais calor, o que consequentemente gasta mais energia, diante deste fator lembro a importância de uma alimentação saudável ser oferecida.

Nos pés das aves há um mecanismo de contracorrente sanguínea que impede que elas percam calor por essas estruturas. Nesse mecanismo, os vasos sanguíneos que levam sangue em direção aos pés são envolvidos por outros vasos que conduzem sangue em sentido contrário, ou seja, em direção ao corpo, sendo que esse sangue absorve o calor e o traz de volta para o corpo, impedindo que haja perda de calor. Quando isso ocorre a ave precisa de aquecimento urgente.

Quando as aves estão expostas a temperaturas muito altas, elas mantêm as penas bem próximas ao corpo, a fim de diminuir a camada isolante de ar. Dessa forma, o sangue é enviado em maior quantidade para a pele e a respiração do animal se torna mais acelerada. O ar presente nos sacos aéreos absorve o calor proveniente do corpo e o elimina no processo de expiração.

Em razão da endotermia, aves e mamíferos não precisam se expor ao sol, nem mesmo quando a temperatura do ambiente está baixa. Isso é uma vantagem para esses animais que podem ser mais ativos durante a noite, em dias nublados ou em ambientes de climas frios.

Sabendo disso podemos deduzir que com sua saúde instável se a ave permanecer por muito tempo arrepiada e encorujada é sinal de que está com dificuldades para manter sua temperatura corporal estável e adequada, neste caso é imprescindível a realização de aquecimento.

Mais uma vez lembro que é muito importante conhecer sua Calopsita uma rápida ação pode salvar a vida dela e evitar muitos problemas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário