Doenças do trato respiratório em aves
Uma significativa porcentagem dos atendimentos clínicos em aves corresponde a problemas respiratórios. Diante desta informação vamos falar sobre esse assunto que poderá ser também bem utilizado como fonte de prevenção, acreditamos que o conhecimento e observação podem ajudar a manter a saúde de sua ave estável sem grandes alterações.
Os problemas respiratórios se dividem em:
- Alterações do trato aéreo superior;
- Alterações do trato aéreo inferior.
O melhor exemplo de alterações do trato aéreo superior é a sinusite, que é a inflamação da mucosa nasal. É um quadro caracterizado pelo aumento de volume na região do seio nasal e presença em seu interior material purulento (excesso de pus e secreções).
Os sintomas são: secreção nasal, tosse, espirros, coceira no nariz, sons anormais durante respiração, balanço de cabeça, aumento de volume em região próxima ao olho.
Como exemplos de alterações do trato aéreo inferior citamos: pneumonias e inflamações dos sacos aéreos que é conhecida como aerosaculite.
Os sintomas são: tristeza, penas arrepiadas, diminuição ou ausência do canto, diminuição ou ausência de apetite, sons anormais na respiração, bico aberto, oscilação caudal (movimento da cauda como um “espasmo” involuntário) e desidratação.
Os agentes causadores deste tipo de problemas em aves são:
- Vírus (Influenza aviária, poxvirose, doença de Pacheco, etc);
- Bactérias (E. coli, Pasteurella, Pseudomonas, etc);
- Fungos: (Aspergillus, Candida, Cryptococcus, etc.);
- Riquétsias são microrganismos que apresentam tanto características das bactérias quanto dos vírus (Chlamydia psittaci);
- Parasitos: (Syngamus trachea, Sternostoma tracheocolum, Cytodites nudus, etc.);
- Fatores alérgenos: (fortes odores, tabaco, etc.).
Os fatores que contribuem para o aparecimento das doenças respiratórias são:
- Estresse de cativeiro;
- Má alimentação (deficiência de vitamina A, obesidade, etc.);
- Presença de parasitos;
- Mudanças bruscas de temperatura;
- Aves expostas a correntes de vento;
- Alta concentração de poluentes (ex. odores fortes de perfumes ou desinfetantes, fumaça de cigarro);
- Falta de cuidados básicos (higiene, manejo correto, etc);
- Banhos com jato de água ou borrifadores de forma inadequada;
- Iatrogênico (uso excessivo e desnecessário de medicamentos);
- Possíveis diferenças anatômicas do trato respiratório das aves em relação sua estrutura.
O tratamento irá depender de uma anamnese correta e diagnostico da causa específica, na grande maioria dos casos, a antibioticoterapia associada à terapia de suporte e oxigenioterapia (método terapêutico em que se usa o oxigênio) com nebulização são imprescindíveis na melhora e cura destes problemas.
Muitas aves vem a óbito sem mesmo o proprietário se dar conta do ocorrido, outros podem falecer durante o tratamento, que para elas é estressante e agressivo. Algumas podem vir a ter recuperação total dependo do empenho do tutor, tratamento indicado e do organismo da ave.
A prevenção sempre é o melhor caminho, principalmente nas aves.
Renata Martins.
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