quinta-feira, 28 de setembro de 2017

CIRCOVÍRUS EM PSITACÍDEOS

A Doença do Bico e das Penas dos Psitacídeos (circovírus) é uma das doenças virais mais significativas dos psittaciformes, podendo infectar um grande número de espécies desta ordem. As espécies mais afectadas por esta doença são as catatuas e os papagaios cinzentos, no entanto, qualquer espécie de psitacídeo pode contrair o vírus. Os sinais clínicos incluem anorexia, perda de peso, alongamento e fraturas de ranfoteca (membrana córnea ou cutânea que recobre o bico das aves), e penas distróficas. Não há tratamento para estas infecções, sendo recomendada terapia suporte para controle de agentes oportunistas devido à imunossupressão.

A transmissão do circovírus ocorre via oral, via fecal, de mães para filhos e via nasal pelo pó das penas dos animais infectados,  as partículas virais podem ser espalhadas nas penas por correntes de ar, fezes secas ou até mesmo nas vestimentas do manipulador das aves. O vírus infecta aves com menos de 3 anos de idade,  materiais dos ninhos, utensílios de alimentação, redes, gaiolas, transportes de aves, são facilmente contaminados pelo vírus. Uma vez que as partículas virais podem permanecer no ambiente por meses, mesmo depois da morte da ave, ainda existe um alto potencial da infecção se espalhar em todo o plantel.

Este vírus causa distrofia progressiva das penas, ou seja, as penas crescem de forma diferente do habitual observado, o que mais tarde resulta na queda das mesmas. Outras alterações observadas, a alteração da cor das penas, também se  observa deformações no bico e garras, provocadas por necrose das células. Em alguns psitacídeos podem não ocorrer alterações morfológicas visíveis, mas a ave apresenta-se letárgica, anémica e com alterações hematológicas características.

O circovírus causa uma supressão (inibição) imunológica extrema, que geralmente leva à morte da ave por infecções secundárias. No entanto, algumas espécies, como as caturras e os agapornis podem sobreviver à doença mas podem transmitir a doença por serem portadoras do vírus.

Devido à fácil transmissão do vírus e ao fato deste sobreviver no pó das penas por longos períodos de tempo, as gaiolas/viveiros que alojaram uma ave portadora do circovírus devem ser limpos com desinfectantes de uso veterinário específicos antes de colocar uma ave nova, e deve-se fazer exames para rastreamento desta e outras possíveis doenças na ave nova antes de introduzir a nova ave em seu plantel.

Este vírus pode permanecer escondido/oculto durante muito tempo, até por anos, após os quais se pode manifestar de forma repentina, por isso, a pesquisa do circovírus após a aquisição de uma ave é de extrema importância.

O diagnóstico é feito por um teste de reação da polimerase em cadeia (PCR) realizado às penas infectadas ou ao sangue da ave, onde se pesquisa a presença do vírus.


Não existe um tratamento realmente eficaz para o circovírus, nem vacina para prevenção, por isso, é fundamental o rastreio precoce a este vírus e o controle rigoroso em novas aquisições de aves para seu plantel.

Renata Martins.

DESCANSE EM PAZ RHEA



Há poucos dias escrevi um texto falando de um problema em psitacídeos e citei vc como grande exemplo de superação e os milagres que o amor pode realizar.
Vc estava tão longe fisicamente, mas eu te amava e admirava. Como eu muitos estão chorando sua partida, cada um de nós tinha um pouquinho de vc.


Agora vc está voando em um céu lindo e azul.
Descanse Rhea 💜

Texto traduzido*

Muito triste!
Descanse em paz, pequena!!! 🙏

É gente..... a vida tem dessas coisas😔
A Rhea, uma agaporne que viralizou no mundo inteiro por não ter uma pena sequer no corpo, veio a óbito na terça-feira, dia 26/09/17😓
✏️Leiam o texto abaixo já traduzido👇🏻
*Obrigada, Elizabeth Paz por cpt com a gente!
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Tradução do texto completo: 

Descanse em paz, meu doce anjo. 
Te amarei para sempre.
26 de Setembro de 2017 

Na Terça-feira de manhã, eu recebi a ligação mais difícil de toda a minha vida. Rhea foi encontrada dormindo, muito pacificamente. Um sono que vai encerrar uma vida. Algo entre 3 horas da madrugada ela se foi, ela passou para uma vida melhor. 
Essa é uma coisa da vida, nenhum de nós estamos aqui para sempre e temos que aproveitar cada segundo dela, porque é muito curta. 
PBFD é uma doença terrível. É conhecida por causar mortes súbitas, que foi exatamente o que aconteceu com a Rhea. Ela foi dormir e nunca mais acordou. Uma parte de mim é grata por ela ter deixado o mundo desse jeito, sem dor e sem sofrimento. Ela se foi com uma passagem de primeira ida, como o meu avô costumava dizer. 
Embora psicologicamente ela estivesse bem, ela estava feliz por si mesma, ela tinha energia, ela tinha apetite e todos os dias ela acordava pronta para o mundo, por dentro, ela não estava. Seus órgãos estavam extremamente comprometidos e não estavam funcionando muito bem, o que não vemos ou não percebemos. Ela fazia check-ups mensais e tudo parecia muito bem. Ela NÃO mostrou nenhum sinal do que estava por vir, o que fez esse processo ainda mais confuso. 
Não podemos culpar ninguém por isso. A verdade é que nós fizemos tudo possível para lhe dar a melhor vida possível. Nenhuma medicação, nenhum tratamento e nenhum veterinário saberia o que fazer para prolongar sua vida. Isso foi apenas PBFD, uma causa natural de morte. É a vida. 
Como vocês podem imaginar, estou de coração partido, triste, com raiva dessa situação, confusa, não consigo parar de chorar, me sentindo incapaz, irritada porque não pude dizer adeus, mas grata pelo tempo pelo tempo que pude ficar com ela. Sou grata por todas as lições que ela me ensinou (e para o mundo todo também).
Por favor, entenda que esses são tempos difíceis para mim e para a família de Fabiana. Tente ser sensível sobre essa situação e tente entender a nossa dor enquanto choramos por ela. 
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Manterei essa conta viva para honrar a sua vida e nos lembrarmos dela.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

PAPO ESTAGNADO

Esse é um dos ENORMES motivos que nós do Jardim das Calopsitas NÃO apoiamos a venda de filhotes na PAPA.

É bonitinho, lindo, fofo e encantador mas extremamente sensível e requer cuidados e manejos corretos. Se pensarmos no que já sabemos sobre a adaptação difícil e as vezes demorada de uma calopsita jovem ou adulta em um novo ambiente e pessoas, imagina um filhote habituado com os cuidados de uma pessoa.

PAPO ESTAGNADO:

Uma das complicações mais comuns quando se alimenta um filhote no bico é o papo estagnado.
Essa possibilidade é praticamente inexistente quando a alimentação é oferecida pelos pais. Ocorre devido a má digestão do alimento, abaixo citamos possíveis causas que abrem portas para o aparecimento de fungos e a estagnação do alimento no papo.

Possíveis causas :

- Manejo inadequado - saber manusear o filhote no momento de alimentá lo é extremamente importante, não apertar o filhote e não posicione sua mão próximo ao papo. Escolher o método de oferecer a papa para o filhote que ele se adapta melhor (colher ou seringa) nem sempre quer dizer facilidade para o humano, portanto esta questão deve ser avaliada com atenção.

- Alimento inadequado: NUNCA ACRESCENTAR LEITE, FUBÁ, OU OUTRAS SUBSTÂNCIAS À PAPINHA RECOMENDADA A ESPÉCIE.
Fornecer somente a papinha recomendada, pois sua composição é balanceada e oferece todos os nutrientes necessários ao filhote.

- Quantidade de papinha preparada - a papinha tem que ser dada na quantidade recomendada para a idade em dias do filhote (o que varia entre 2 ml a 10 ml no máximo) por refeição, caso contrário, pode ocorrer distenção exagerada do papo e má digestão o que propicia o alimento ficar retido por mais tempo no papo e consequentemente, sua estagnação.

- Condições da papinha preparada - alimento frio, quente, gorduroso, espesso, fibroso (tudo isso propicia uma digestão mais lenta e se o papo permanecer repleto por muito tempo, pode ocorrer a fermentação do alimento, causando infecções bacterianas e fúngicas, levando à acidez (o que agrava mais ainda o problema) e, na sequência, anorexia (a ave pára de comer), desidratação e septicemia generalizada.

- Reutilização do alimento já preparado -mesmo conservado na geladeira, o alimento NÃO DEVE em hipótese nenhuma ser reutilizado, deve ser feita nova papinha toda vez que a ave for alimentada.

- Limpeza inadequada dos instrumentos - PRECISAM E DEVEM ser esterilizados toda vez que a papinha for dada (colher, seringa, sonda, pote, etc.), uma das formas mais utilizadas é a lavagem e fervura destes.

MUDANÇA DE AMBIENTE

SITUAÇÕES ESTRESSANTES

SAÚDE DEBILITADA

IMPORTANTE :

Se o esvaziamento do papo está lento, não podemos de forma nenhuma continuar a alimentar o filhote normalmente, porque a papinha estagnada deteriora-se rapidamente e pode levar o filhote à morte por intoxicação. 

A primeira observação importante é verificar se a ave está eliminando fezes. Se positivo, é sinal de que o trato digestivo não está totalmente parado. Inicie o oferecimento de soro de hidratação oral e massagem no papo, pois estimula a digestão e acelera no processo de eliminação natural da papa estagnada presente no papo.Não o alimente com papa até o esvaziamento completo do papo, e só então o filhote deve ser alimentado com uma papinha de consistência mais líquida e morna. Pode ser usada a nistatina junto com o soro, a nistatina age por contato e não é absorvida no intestino, e deve ser dada várias vezes ao dia se possível.

Em casos mais avançados, quando a estagnação é completa, ou quando o alimento encontra-se endurecido, o papo tem que ser esvaziado com o uso de sonda até o limite que for possível, ou até de forma cirúrgica, mas esse procedimento somente deve ser feito por um VETERINÁRIO. NUNCA TENTE REALIZAR ESTE PROCEDIMENTO SOZINHO PODE SER FATAL!

Renata Martins.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS

INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS



Voltamos a falar sobre esse assunto que ultimamente tornou se conhecido e alarmante o número de casos de calopsitas com este diagnóstico.

Peço que leiam com calma e atenção, pois o conhecimento é um importante alerta e uma maneira de prevenir este tipo de problema.

A classe dos psitacídeos se caracteriza por terem bicos encurvados e específicos para quebrarem e descascarem sementes na natureza. São aves coloridas e exuberantes. Com o passar do tempo e a aproximação do homem essas aves começaram a se tornar bichos de estimação. Entre as espécies mais conhecidas estão os papagaios, as araras, as calopsitas, os periquitos, os ring necks, as aratingas, as cacatuas, agapornis, entre outras.

Uma das principais características dessas aves é a constante curiosidade. Devido a esse comportamento é que estão sujeitas a grandes perigos.

A intoxicação exógena (de origem externa) por chumbo e outros metais pesados vem sendo uma das piores afecções que acometem essas aves. As aves são mastigadores por natureza e na grande maioria das vezes, são atraídas por objetos estranhos, chamativos e brilhantes. E pelo simples fato de ficarem bicando estes objetos, onde em sua composição tenha o metais pesados (o mais comum é o chumbo) é que acabam se intoxicando.

Uma vez ingerido, estes metais comprometem vários sistemas do organismo. Como o sistema nervoso, sistema renal, o sistema digestivo e o sistema hematopoiético (responsável pelo desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue a partir de um precursor celular comum). Os metais pesados competem ou substituem vários elementos fundamentais para o funcionamento das células, como o cálcio, ferro, magnésio e zinco. O chumbo tem maior afinidade de ligar-se a importantes compostos orgânicos para formação de proteínas e catalização de enzimas. Quando isso ocorre há inativação ou deformação desses grupos e consequente prejudicando a função das proteínas e enzimas.

Vários sinais clínicos são observados, dentre eles destacam se a letargia, anorexia, depressão, emagrecimento, hematúria, dierréia, ataxia, fraqueza muscular, inclinação da cabeça constante, paralisia de membros, convulsões e morte. O diagnóstico não é fácil, pois nem sempre o tutor observa com frequência o que a ave ingeriu ou bica com frequência.

Uma anamnese minuciosa, exames de raio-x, de sangue como o hemograma e bioquímico são métodos usados para se concretizar tal diagnóstico.

Entendendo esse tipo de intoxicação, no caso do chumbo, este liga-se com maior frequência aos grupos sulfidrilas (sequência de aminoácidos que formam proteínas), e com outras enzimas que se enquadram no grupo sulfidrila, a ação é a alteração da forma ou gerando inatividade destas proteínas e enzimas que são importantes nas reações metabólicas no organismo. O chumbo compete ou substitui os elementos. Relativamente o chumbo é insolúvel em água, porém uma pequena quantidade é absorvida através do trato gastrointestinal.

O chumbo é amplamente distribuído nos tecidos moles, rins, fígado, cérebro e no tecido ósseo. Neste último serve como local de armazenamento em longo prazo.

A meia-vida do chumbo é multifásico por causa da sua redistribuição dentro de vários compartimentos do corpo. Por exemplo, a meia-vida de chumbo no sangue total é de aproximadamente 35 dias, enquanto que no tecido cerebral e nos ossos podem chegar a dois anos. Remodelação óssea avançada associada com a postura ou deficiência de cálcio e fósforo na dieta podem mobilizar o chumbo desses órgãos de deposição,podendo gerar novo epísodio de toxicose.

Os efeitos nos diversos sistemas:

- Sistema Nervoso Central e Periférico

No Sistema Nervoso a bainha de mielina dos neurônios é danificada. Isso prejudica a condução de sinais nos nervos afetados, causando prejuízos na sensação, movimento, cognição e outras funções dependendo dos nervos envolvidos, aumento do fluído cérebro espinhal, edema perivascular, competição de cálcio nas junções mioneural, mudanças no metabolismo neural, degeneração do nervo motor. Os sinais neurológicos decorrem, tanto nas intoxicações agudas como nas crônicas.

- Rins

Como já citado acima, o chumbo é depositado por um breve período nos tecidos moles. Nos rins formam-se complexos de proteínas. E posteriormente causando nefropatia tubular (que acometem primariamente os túbulos e o interstício renais, causados pela intoxicação por metais pesados).

- Trato Gastrointestinal

No trato gastrointestinal ocorre necrose dos enterócitos, levando a estase gastrointestinal ou íleo paralítico incluindo dilatação ventricular. No fígado ocasiona degeneração e necrose.

- Sistema Hematopoiético

No sistema hematopoiético os efeitos da intoxicação incluem destruição prematura e diminuição da produção dos eritrócitos, interferência na síntese levando a anemia e consequente a hipóxia. E eventualmente em casos crônicos aplasia de medula.

O urato nas fezes em sua maioria apresentam hematúria (presença de sange na urina) ou hemoglobinúria (concentração alta de hemoglobina na urina), a coloração pode variar do rosa, vermelha ou bege(coloração tipo a cor de leite com chocolate). Outras colorações podem ser observadas, como amarelo, verde, amarelo-limão devido ao aumento da excreção da biliverdina pela bile.

As penas podem ficar espetadas ou sujas devido a repetidos episódios de vômitos.

Poliúria (urina em excesso ou com maior frequência) e polidipsia (sede em excesso, maior ingestão de líquidos) estão presentes.

A ave fica responsiva ou pouca responsiva a estímulos e vocalização.

ALGUMAS FONTES DE CHUMBO

Soldas de gaiolas com chumbo, tinta velha de paredes, pesos de cortina, brinquedos confeccionados com partes de metais, gesso (cuidado com a pedra ossiba de embalagem verde pois contém gesso na sua composição), massa de vidraceiro, linóleo (material utilizado no revestimento de pavimentos com adição de chumbo), partes traseiras de espelho, solda de janelas de vidro colorido, bijuterias, invólucros de ferragens, arame galvanizado, sinos com badalos de chumbo, cerâmicas inapropriadamente esmaltadas, pilhas elétricas, baterias e até em alguns alimentos (sementes) e farinhadas manuseadas de forma adequada sofrendo contaminação externa.

O TRATAMENTO

O tratamento consiste principalmente na remoção do chumbo através da terapia de quelação (envolve a administração de agentes para tratar o envenenamento tóxico do metal. Estes agentes chelating ou chelants são usados para remover os metais pesados do corpo nos casos da overdose, do envenenamento ou da acumulação). O uso de catárticos (medicamento que apressa e aumenta a evacuação intestinal) é recomendado para melhor eliminação do metal. Porém, partículas maiores podem ser retiradas com endoscopia, lavagem gástrica ou até mesmo procedimentos cirúrgicos para remoção destes fragmentos.

Muitas vezes a ave necessita de um suporte suplementar como administração de fluidoterapia (administração de soro) para repor os eletrólitos que foram perdidos no vômito e na diarréia, de vitaminas do complexo B para evitar deposição de metais nos tecidos, ferro para anemia, em casos muito graves até mesmo transfusão sanguínea poderá ser necessária.

Recomenda se uso de antibióticos para evitar infecções secundárias. Dependendo do dano neurológico o uso dee benzodiazepinas é utilizido para reduzir as convulsões. A recuperação depende de vários fatores. A quantidade ingerida pela ave, o quanto afetou os sistemas do organismo e como o a ave vai responder ao tratamento tão logo este seja iniciado. Todos esses fatores citados sendo esclarecidos e a ave respondendo bem ao tratamento as chances de recuperação é alta.

EVITANDO ESTE PROBLEMA

A maneira mais óbvia de se evitar intoxicação por metais é minimizar a exposição das aves a objetos que contenham estes na sua composição ou fabricação no caso dos brinquedos (qualquer um deles, sendo o mais comum o chumbo).

Se a ave vive fora da gaiola a maior parte do tempo, é importante sempre manter vigilância constante sobre o que ela possa a vir mexer, ficar brincando ou bicar em objetos.

Quando for adquirir uma gaiola observar se é revestida, geralmente essas novas gaiolas tem como material de revestimento o epóxi, este é seguro para aves que ficam toda hora bicando a gaiola.

Com os brinquedos, comprar aqueles que não representem risco de intoxicação não somente para as aves, mas para qualquer outro animal que estiver no mesmo ambiente. Sempre observar do que é feito.

Evitar que a ave fique perto de automóveis (garagem). Assim se evita a inalação dos gases liberados pela queima do combustível.

Comprar somente alimentos destinados a aves e em lugares onde a fabricação não seja duvidosa, de armazenamento e manuseio correto.

Este é um tipo de problema que não se deve buscar tratamentos paliativos ou de origens duvidosas, isso coloca em risco a vida da ave.

Consulte sempre um veterinário, somente ele esta apto a realizar o atendimento e realizar exames imprescindíveis para um diagnóstico correto e iniciar tão logo o tratamento.

Mais uma vez espero ter ajudado a esclarecer algumas dúvidas sobre essa questão e se me coloco a disposição caso tenham alguma dúvida.

Renata Martins.

PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS



Doenças do trato respiratório em aves


Uma significativa porcentagem dos atendimentos clínicos em aves corresponde a problemas respiratórios. Diante desta informação vamos falar sobre esse assunto que poderá ser também bem utilizado como fonte de prevenção, acreditamos que o conhecimento e observação podem ajudar a manter a saúde de sua ave estável sem grandes alterações.

Os problemas respiratórios se dividem em:

- Alterações do trato aéreo superior;

- Alterações do trato aéreo inferior.

O melhor exemplo de alterações do trato aéreo superior é a sinusite, que é a inflamação da mucosa nasal. É um quadro caracterizado pelo aumento de volume na região do seio nasal e presença em seu interior material purulento (excesso de pus e secreções).

Os sintomas são: secreção nasal, tosse, espirros, coceira no nariz, sons anormais durante respiração, balanço de cabeça, aumento de volume em região próxima ao olho.

Como exemplos de alterações do trato aéreo inferior citamos: pneumonias e inflamações dos sacos aéreos que é conhecida como aerosaculite.

Os sintomas são: tristeza, penas arrepiadas, diminuição ou ausência do canto, diminuição ou ausência de apetite, sons anormais na respiração, bico aberto, oscilação caudal (movimento da cauda como um “espasmo” involuntário) e desidratação.

Os agentes causadores deste tipo de problemas em aves são:

- Vírus (Influenza aviária, poxvirose, doença de Pacheco, etc);

- Bactérias (E. coli, Pasteurella, Pseudomonas, etc);

- Fungos: (Aspergillus, Candida, Cryptococcus, etc.);

- Riquétsias são microrganismos que apresentam tanto características das bactérias quanto dos vírus (Chlamydia psittaci);

- Parasitos: (Syngamus trachea, Sternostoma tracheocolum, Cytodites nudus, etc.);

- Fatores alérgenos: (fortes odores, tabaco, etc.).

Os fatores que contribuem para o aparecimento das doenças respiratórias são:

- Estresse de cativeiro;

- Má alimentação (deficiência de vitamina A, obesidade, etc.);

- Presença de parasitos;

- Mudanças bruscas de temperatura;

- Aves expostas a correntes de vento;

- Alta concentração de poluentes (ex. odores fortes de perfumes ou desinfetantes, fumaça de cigarro);

- Falta de cuidados básicos (higiene, manejo correto, etc);

- Banhos com jato de água ou borrifadores de forma inadequada;

- Iatrogênico (uso excessivo e desnecessário de medicamentos);

- Possíveis diferenças anatômicas do trato respiratório das aves em relação sua estrutura.

O tratamento irá depender de uma anamnese correta e diagnostico da causa específica, na grande maioria dos casos, a antibioticoterapia associada à terapia de suporte e oxigenioterapia (método terapêutico em que se usa o oxigênio) com nebulização são imprescindíveis na melhora e cura destes problemas.

Muitas aves vem a óbito sem mesmo o proprietário se dar conta do ocorrido, outros podem falecer durante o tratamento, que para elas é estressante e agressivo. Algumas podem vir a ter recuperação total dependo do empenho do tutor, tratamento indicado e do organismo da ave.

A prevenção sempre é o melhor caminho, principalmente nas aves.

Renata Martins.