terça-feira, 2 de junho de 2020

Alteração hormonal em calopsitas

As alterações hormonais em calopsitas 





Fique atento aos problemas que as alterações hormonais podem gerar em sua calopsita. Um dos mais sérios é a postura crônica ou prolongada, ocorre quando a fêmea sexualmente madura tem posturas sequências com intervalo entre posturas muito curto, ou seja, botam certo número de ovos não iniciam corretamente o choco e fazem nova postura de ovos. Geralmente não galados. 

Devemos lembrar que a maioria das fêmeas possui somente o ovário esquerdo, sendo o direito ausente ou desprovido de evolução. A maturação do ovário se inicia através de um processo que chamamos de foto periodismo positivo, que nada mais é do que a sensibilização do organismo quando gradativamente ocorre o aumento de período de LUZ por dia , o que acontece geralmente ocorre na primavera . Com os dias se tornando mais longos ocorre a estimulação luminosa do organismo da ave por sensibilização do nervo óptico, fazendo com que o processo sexual "estimulatório" se inicie. 

A hipófise que é uma glândula cerebral ativa o hipotálamo, parte situada na base do cérebro, onde se encontram numerosos centros do sistema nervoso simpático e parassimpático (reguladores do sono, do apetite, da temperatura corporal etc.) que começa a produzir fatores de liberação de hormônios, fazendo com que ocorra a produção de hormônios que atuam na maturação dos folículos do ovário, até a sua liberação e formação do ovo. 

O equilíbrio destes hormônios é muito delicado, sendo que quando um deles se eleva muito no organismo, automaticamente há um estímulo negativo para que cesse a produção de um hormônio e este estimula a própria hipófise na produção de outros hormônios. Já com alta de outros hormônios há a estimulação para que pare de produzir um determinado tipo de hormônio, diminuindo-se assim a produção de outros específicos. Ou seja, tanto um quanto o outro pode agir para que ocorra o aumento ou diminuição da sua produção hormonal. 

Não chocam como antes, abandonam o ninho e logo em seguida fazem nova postura e assim sucessivamente. A causa do problema está relacionada a alteração hormonais destas fêmeas, pois a postura é determinada por um equilíbrio muito mais delicado de hormônios de ações sexuais (hipófise) e hipotalâmicos. As posturas crônicas não são tão comuns em aves silvestres, mas muitos de nós já possuímos aves que criaram de modo normal e sofreram alteração hormonal. Após o seu pleno desenvolvimento, o folículo sofre a ação de outros hormônios e assim promovem a sua liberação ou ovulação no trato genital da fêmea, onde desenvolve até a formação do ovo, sendo então posto. 

Como vemos o desequilíbrio destes hormônios pode fazer com que ocorra um excesso de estímulo no ovário, levando a posturas mais frequentes e irregulares. Várias mudanças podem favorecer o aparecimento do problema de alteração hormonais por excesso de estímulo sexual das fêmeas como exemplo podemos citar: 

- A presença de machos fogosos emitindo sons para outras fêmeas pedindo gala; fêmeas com filhotes; entre outras; 

- Alimentação muito rica em cálcio vitaminas e proteínas, favorecendo a produção de hormônios; 

- Excesso de estimulação luminosa; 

- Administração de medicamento para estimulação (proprietário oferece ou efetua tratamento com o fornecimento de hormônios). 

Outros problemas que decorrem das alterações hormonais são resultantes do próprio desgaste que a ave sofre com as posturas sequenciais, pois perdem cálcio, vitaminas, proteína, gorduras, açucar e minerais diversos. Podem assim desenvolver quadros de desnutrição, desgaste orgânico geral, ovos virados e ovos sem casca, entre outras situações decorrentes do excesso de oviposição (posturas). 

O diagnóstico é feito exclusivamente pelo próprio quadro que a ave apresenta e as posturas sequenciais. O tratamento se baseia em desestimular a fêmea. Podemos: 

- “Enfraquecer" a alimentação, diminuindo fontes de cálcio;

- Diminuir o período de LUZ por dia; 

- Mudar a ave de ambiente, retirando-a de perto dos machos, outras fêmeas com filhotes e fêmeas pedindo gala; 

- Não automedicar as aves; entre outras medidas medicamentosas sem avaliação de um veterinário especializado. 

A prevenção é incerta, pois não se pode prever que a ave vá desenvolver tal distúrbio. Por esse simples fato só podemos acompanhar a ave e se ocorrer posturas sequências podemos afirmar que estamos diante de um quadro de alteração hormonal e postura crônica. 

Em caso de dúvidas procure sempre o auxílio de um Médico Veterinário especializado. 

Renata Martins.


Apenas um alerta

Olá Pessoal!!!

Hoje quero conversar com vocês sobre algo que tenho observado muito neste período de quarentena que estamos vivendo, além das fugas de aves que aumentou consideravelmente. Mesmo com todas as dicas de cuidados disponíveis em diversos grupos e páginas sobre nossas amadas penudinhas.

Ataques de predadores (ratos, ratazanas, gatos e aves de rapina)


Com a quarentena decretada, o fluxo de pessoas nas ruas diminuiu muito em determinados períodos do dia, mudando totalmente a rotina humana e com isso os animais também perceberam a nossa ausência.

O que estou relatando para vocês li em alguns jornais e projetos de vida animal, estes também informam esse fato. Os animais estão mais "confortáveis" sem tanta presença humana.

Alguns exemplos deste fato foram: Uma ave rara de hábitos noturno foi fotografada ao anoitecer em um ponto de ônibus na cidade de São Paulo -SP / Brasil; O número de tubarões, baleias e golfinhos nas orlas brasileiras também aumentou; aparecimento de cobras fora da zona urbana e infestação de ratos tem incomodado em diversas e diferentes regiões.

Pena que com isso o número de ataques com mordeduras sérias e mutilações em aves mantidas em "cativeiro" também aumentou. Assim como o "sumiço" causado por cobras em locais onde as residências ficam próximas de mata.

Então pessoal, quem tem viveiros externos e/ ou gaiolões que podem ficar em área de quintal redobrem os cuidados com ataques de animais e também os gatos. Não deixem um instante sequer sem observação, pois um segundo de distração pode ser fatal para nossas penudinhas.

As aves de diversas espécies são sensíveis às bactérias contidas na saliva de roedores (ratos, ratazanas, etc...), tornando dolorosa a ferida, de difícil tratamento e com sério risco de óbito. Assim como a mordedura de gatos e cachorros.

Os animais não são culpados. Cada um deles age pelo instinto natural pertinente à sua espécie, além disso existe toda uma cadeia alimentar a qual o ser humano faz parte e está no topo. Infelizmente devido ao comportamento dos humanos me atrevo a dizer que é um dos maiores predadores que existem na face da terra. Por isso, não precisam sair matando todo animal que se vê pela frente, ao invés disso, deve-se encontrar meios de proteger suas aves.

Quem tem viveiros externos por exemplo, poderia adquirir viveiros menores para acomodar as aves a noite.

Quem tem o hábito de deixar a gaiola e/ou viveiro no quintal ou varanda redobrem a atenção.

Todo animal tem sua razão de viver, seu lugar na natureza e a função de manter o equilíbrio dela, por este motivo todos eles merecem nosso respeito.

Espero que ajude 🙏

Renata Martins






Manifestação amipsitas!!!


terça-feira, 26 de maio de 2020

Estamos no Facebook





Resumão das doenças mais comuns

RESUMO DAS DOENÇAS MAIS COMUNS. 
Texto longo, mas muito importante. Espero que ajude ❤️🙏



1) Psitacose ou Clamidiose ou Febre dos psitacídeos

Doença causada pela bactéria Chlamydophila psittaci; os sinais clínicos dessa doença são decorrentes de uma toxina produzida pela bactéria, que ataca principalmente rins e fígado.

Nas aves, a infecção pode ser aguda ou crônica. Os casos crônicos são difíceis de diagnosticar; uma ave pode incubar a bactéria por anos, de modo assintomático, aparentemente saudável. Por vezes, podem mostrar-se sonolentas, encorujadas, com perda de apetite e fraqueza, asas sem brilho, opacas. Nos casos agudos, o pássaro fica doente de repente, com olhos irritados e vermelhos (conjuntivite), com secreção nasal, anoréxico (perda de peso, podendo chegar até a quadros de peito seco) e diarréia verde. Ainda, pode desenvolver problemas respiratórios (dificuldade em respirar, espirros), letargia, problemas hepáticos, aumento do baço, tremores e hipotermia. É uma doença fatal, quando não tratada.

A bactéria é altamente contagiosa, sendo transmitida por via aérea, via fezes e fluídos respiratórios (a bactéria consegue sobreviver em partículas por um bom tempo até ser inalada por outro animal). A transmissão é aumentada pelo contato direto com pássaros doentes ou infectados. Pássaros jovens e estressados (doentes, em nova dieta ou em mudança) são os mais susceptíveis.

O tratamento, se feito corretamente, tem altas chances de cura, e é feito à base de antibiótico, durando 45 dias. Durante o tratamento, qualquer fonte de cálcio deve ser eliminada. Também devem ser feitas desinfecções freqüentes, e evitar ao máximo que a ave fique em situações de estresse.

Um ponto a destacar é que a psitacose é uma ZOONOSE, ou seja, pode afetar o ser humano. Apesar de ser MUITO raro, pode atacar pessoas imunodeprimidas, como idosos, crianças, doentes, aidéticos ou grávidas.

2) Giardíase

Causada por um protozoário, Giardia lambia, que parasita o duodeno. Os sintomas comuns são indigestão, diarréia (verde, aquosa, com mau odor e muco), má nutrição e má absorção dos alimentos (com conseqüente perda de peso), pele vermelha, seca e escamosa, coceira e depenação (em razão do quadro de prurido). A transmissão se dá por fezes ou pela ingestão de alimento contaminado.

O tratamento é feito à base de diferentes drogas. Também é necessário um tratamento suporte, com suplementação vitamínica e anti-histamínicos (no caso de auto-mutilação). No entanto, o tratamento é difícil, e às vezes o protozoário não é eliminado. Nas calopsitas, o sintoma mais grave e que pode ser persistente é o arrancamento de penas.

3) Aspergilose

Doença causada por um fungo, Aspergillus fumigatus, que produz endotoxinas responsáveis pelo desenvolvimento dos sintomas. Os esporos do fungo são transmitidos por alimentos, solo ou ar. Quando os esporos do fungo entram no sistema respiratório da ave, causam graves infecções respiratórias. Pássaros saudáveis, não estressados, são muito resistentes. Mas aves jovens ou velhas, tomando medicamentos, imunodeprimidas, em reprodução ou submetidas a qualquer outro tipo de estresse são muito suscetíveis, podendo ser a doença fatal.

Essa doença também ocorre de forma aguda (em aves jovens submetidas a uma alta carga de esporos) ou crônica (aves já adultas, que entram em contato com os esporos de forma constante). Nas aves, é uma doença que afeta, basicamente, o sistema respiratório inferior (pulmão e sacos aéreos), mas traquéia, siringe e brônquios também podem ser afetados, e pode se espalhar para ossos, cavidade peritonial ou qualquer outro órgão.

Os sintomas na fase aguda incluem: dispnéia (esforço para respirar), respiração acelerada, perda de apetite, congestão pulmonar, secreção nasal, muco, nódulos pneumônicos e morte súbita. Nos casos crônicos, aparecem: dispnéia, mudanças na voz, letargia, fezes anormais, regurgitação, aumento da sede, definhamento, diarréia, anorexia, secreção nasal, conjuntivite, sonolência, lesões internas nos órgãos respiratórios.

O tratamento é feito à base de anti-fúngicos e tratamento suporte, com imuno-estimulantes e antibióticos, além de uma eventual limpeza do trato respiratório.

4) Candidíase

Doença causada pelo fungo Candida albicans; esse fungo está presente no ambiente e em pequenas concentrações no trato digestivo das aves. Esse fungo é capaz de causar infecções em aves muito jovens, com sistema imune imaturo ou submetidas a tratamento com antibióticos (essa é a chamada candidíase primária). Candidíase secundária pode se desenvolver em aves já adultas, tratadas com antibióticos por longos períodos de tempo ou sofrendo de desnutrição ou alguma outra doença. Os antibióticos atacam a flora digestiva normal, alterando o crescimento e equilíbrio dos organismos aí presentes.

Geralmente, o fungo afeta o trato digestivo superior: papo, proventrículo (músculo estomacal) e nontrículo (estomago glandular), mas também pode atacar o trato respiratório, pele e sistema nervoso. Os sintomas freqüentes são regurgitação, anorexia e demora no esvaziamento do pão, além de placas brancas na boca.

O tratamento é feito à base de anti-fúngicos.

5) Gripe ou Influenza

Causada pelo vírus Influenza. Há vários tipos desse vírus, sendo que o tipo A é capaz de infectar aves e outros animais, incluindo o homem. Mas os humanos são mais freqüentemente afetados pelos tipos B e C. Os sintomas dependem da idade, espécie, fatores ambientais e virulência da cepa viral.

Pode ser uma doença assintomática. Nos casos agudos, pode causar morte súbita ou mostrar sinais de depressão, perda de apetite, tosse, espirros, diarréia, secreção ocular, problemas neurológicos (como descoordenação e torcicolos).

A transmissão se dá de uma ave infectada a outra, pelas fezes, secreção ocular ou respiratória. Essa doença não tem tratamento.

6) Doença de West Nile

Causada por um vírus da família Flavivirus, que ainda não foi descrito no Brasil e é raro na América. A transmissão se dá por mosquitos (do gênero Culex) infectados.

A doença pode aparecer de forma assintomática ou causar morte súbita. As aves afetadas ficam doentes rapidamente, apresentando encefalite (inflamação cerebral), febre, estupor, desorientação, paralisia, tremores e fraqueza. Não há tratamento específico, apenas como suporte.

7) Tricomoníase

Causada pelo protozoário Trichomonas gallinae, parasita que habita boca, papo, esôfago e traquéia. Pode causar placas brancas e inflamação na boca. Além disso, o pássaro afetado apresenta perda de apetite, vomito, penas eriçadas, diarréia, disfagia (dificuldade em engolir), dispnéia, perda de peso, aumento da sede e morte.

A transmissão se dá pela ingestão de alimento contaminado. O diagnostico é difícil, podendo ser confundido com candidíase, poxvirus e deficiência de vitamina A. Tratamento à base de medicamentos anti-protozoários.

8) Cool Salmonelose

Bactérias do gênero Salmonella causam infecções em vários animais, incluindo aves e homens. As salmonelas causam envenenamento da comida, e tanto a bactéria ingerida como a toxina por ela produzida causam os sintomas da doença. A transmissão se dá por água e comida infectada.

Os sintomas incluem letargia, perda de apetite, fezes aquosas, diarréia com sangue, artrite, depressão e morte. O tratamento é à base de antibióticos (kanamicina ou gentamicina, dependendo da espécie) e medicamentos para cortar a diarréia, além de tratamento suporte contra desidratação.

9) Fatty liver disease (literalmente: doença de fígado adiposo)

Também conhecida por degeneração hepática. Ao contrário das outras, essa é uma doença decorrente de uma disfunção metabólica, caracterizada pela infiltração de gordura no fígado, com conseqüente aumento do conteúdo lipídico sangüíneo e falência hepática. É causada por obesidade ou deficiência nutricional (dietas ricas em gorduras e pobres em nutrientes essenciais). Há três vitaminas cuja deficiência está correlacionada com essa doença: colina, metionina e biotina, todas relacionadas ao metabolismo de gordura.

Essa doença costuma ocorrer em aves com dietas baseadas em sementes, especialmente girassol. O tratamento inclui mudanças na dieta (com exclusão de alimentos com altos níveis de gordura e redução de proteínas) e aumento na atividade física.

10) Polyomavirus

vírus que geralmente ataca psitacídeos jovens (entre 14 a 56 dias); quanto mais jovem, mais severa é a infecção. Geralmente, as aves aparentam estar saudáveis por 10-15 dias, e então morrem sem sinais aparentes. Quando aparecem, os sintomas clássicos incluem depressão, perda de apetite, diarréia, perda de peso, parada do papo, regurgitação, diarréia, desidratação, sangramento, respiração difícil, fraqueza, paralisia, abdômen inchado e tremores.

A transmissão se dá por cuidado parental, fezes e poeira contaminadas e secreções nasais. Não há tratamento, e geralmente é uma doença muito agressiva.

11) Tuberculose

Causada por bactérias do gênero Mycobacterium (avium, bovis e tuberculosis). A transmissão se dá pela ingestão ou inalação de partículas infectadas.

Há três tipos de síndromes: (a) forma clássica, com formação de tubérculos ou granulomas em diversos órgãos; (b) forma paratubercular (com lesões no trato intestinal); (c) forma atípica, caracterizada por alargamento no fígado.

Os sintomas comuns são perda de peso, depressão, diarréia, sede, dificuldade em respirar e morte.

12) Sour crop e slow gut

Essas duas desordens se caracterizam por uma parada do movimento gastrointestinal (no papo ou no intestino). Sour crop é um termo de tradução meio complicada, mas que significa algo como “papo azedo”. Slow gut caracteriza o movimento lento do alimento no intestino.

As duas desordens são causadas pelo acúmulo de comida estagnada no papo ou intestino, provocando uma descida mais lenta da comida; isso faz com que fique cada vez mais comida no papo, e essa vai ficando cada vez mais azeda, fermentada. As causas disso são: (a) comida muito fria (causa redução na temperatura corporal, com conseqüente parada do sistema digestivo); (b) comida muito grossa; (c) superalimentação (causa um alargamento do papo, com perda da elasticidade e tônus muscular, com conseqüente redução do movimento da comida); (d) temperatura ambiental baixa (o calor corpóreo é desviado para aquecimento, e não pra digestão); (e) infecções por algumas bactérias ou fungos.

A primeira coisa a ser feita é verificar se a ave está eliminando fezes (isso é um bom sinal, pois indica que o trato digestivo não está totalmente parado) e se o papo esvazia ao menos uma vez no dia. Todo o processo a seguir deve ser feito em um local quente, para que a ave não tenha uma hipotermia, e deve ser feito apenas por um veterinário ou alguém que saiba o que está fazendo.

Se o papo está apenas um pouco cheio, e já é hora da próxima refeição, injete com sonda 10 ml de Pedyalite e massageie com cuidado o papo. Se funcionar, a ave irá defecar em 1 hora. Repita até que o papo fique totalmente vazio. Só aí dê alimento normalmente.

Se o papo, ao contrário, não esvazia nem um pouco, será necessário esvaziar e limpar, com a ajuda de uma seringa e sonda próprias. Ao esvaziar o papo, analise o conteúdo: se houver grumos brancos, provavelmente é uma infecção por Candida; se for viscoso e fedido, é problema de infecção bacteriana. Procure rápido um veterinário.

13) PBFD (Psittacine beak and feather disease)

Causada por um vírus da família Circoviridae. Aves neonatas e mais jovens são as mais suscetíveis, sendo afetadas pela forma aguda da doença. Nesse caso, as primeiras penas são sempre fraturadas, ou falhando, apresentam anorexia, diarréia, imunodepressão, depressão e morte, mas com poucas anormalidades nas penas. Com a queda da imunidade, desenvolvem-se infecções secundárias (virais, bactérias, fúngicas).

Pássaros mais velhos desenvolvem a forma crônica, com penas cada vez mais anormais a cada muda, sendo as mais afetadas as penas de contorno do corpo: elas ficam curvadas, retorcidas, pequenas, deformadas ou faltantes. O bico se torna cinza brilhante, com crescimento anormal e quebras.

A transmissão se dá pelo contato direto de animais afetados, inalação ou ingestão de partículas infectadas, poeira das penas ou fezes. Não há tratamento, mas a ave pode viver por muito tempo em um ambiente livre de estresse e com acompanhamento veterinário.

14) Doença proventricular

Causada por um fungo do gênero Megabacterium, que coloniza o proventrículo (ou estomago), estando presente na região mucosa que recobre esse órgão. Há duas formas da doença: crônica ou aguda.

A forma aguda ocorre quando as aves morrem subitamente em 12-24 hs, mostrando grande depressão e podendo regurgitar fluido com sangue. A forma crônica é a mais comum, com perda progressiva de peso, letargia, depressão, dificuldade de ingestão, regurgitação de material viscoso e com sangue.

A transmissão ocorre pela ingestão de fezes contaminadas. Tem tratamento.

15) Doença de Pacheco (ou hepatite viral)

Causada por um herpevirus. Essa doença foi primeiramente identificada no Brasil. Os pássaros afetados podem morrer subitamente ou apresentar sinais não específicos, como letargia, anorexia, depressão, penas eriçadas, conjuntivite, sinusite, diarréia (com uratos verdes, indicando problemas hepáticos) e tremores.

A transmissão se dá por secreções nasais e fezes infectadas. O tratamento é muito difícil.

16) Doença de New Castle

Causada por um vírus da família Paramyxoviruses, cuja incubação pode durar de 2 a 17 dias. A transmissão se dá por ingestão oral e nasal de partículas infectadas.

Os sintomas comuns são: tosse, espirros, inflamação nasal e ocular, dispnéia, secreção nasal, depressão, anorexia, letargia, diarréia verde e volumosa, ataxia, tremores, desbalanço da cabeça e pescoço, ataques e paralisia dos membros e morte. O sintoma mais clássico dessa doença são os tremores involuntários de cabeça e pescoço, quando a ave tenta se mover.

Não tem tratamento, mas há uma vacina que previne a doença.

17) Envenenamento por metal

(a) Zinco:

As principais fontes de zinco que uma ave pode encontrar (e ingerir) são: arames galvanizados, ferrugem e alguns materiais em brinquedos e comedouros. O zinco é um metal cumulativo, que se concentra nos rins, fígado, músculos e pâncreas.

Num caso de envenenamento agudo, há vomito, ataxia (perda de balanço), fezes verdes e volumosas e morte. Nos casos de exposição crônica, desenvolvem-se problemas gastro-intestinais, lesões renais (o que leva a um aumento no consumo de água e urina), arrancamento de penas, letargia, ataxia e disfagia.

O diagnostico geralmente é feito por radiografia e teste sanguíneo. O tratamento é feito com agentes quelantes, que removem o metal quimicamente, lavagem do trato gastrointestinal (para remoção de eventuais pedaços de zinco) e tratamento suporte (com suplementação alimentar, medicamento e manutenção da temperatura corporal).

(b) Chumbo:

As principais fontes de chumbo são soldas, baterias, arames galvanizados, alguns sinos, papel-alumínio, vitrais e linóleo. O chumbo afeta vários órgãos, incluindo trato gastrointestinal, fígado, células sanguíneas, medula óssea e sistema nervoso.

Também pode ocorrer um envenenamento agudo ou crônico. Os sintomas são anorexia, regurgitação, diarréia verde-escura, perda de peso, aumento da sede e urina, letargia, asas caídas, depressão, perda de balanço, cegueira, tremores, convulsões e morte.

Diagnóstico e tratamento são iguais aos casos de envenenamento por zinco.

(c) Mercúrio e Cádmio:

o mercúrio é um metal difícil de ser encontrado, mas que está presente em termômetros, alguns desinfetantes e alguns medicamentos. O cádmio é encontrado em soldas, alumínios, tintas e baterias. Os sintomas de envenenamento dos dois metais são similares, e incluem aumento de salivação, irritação na boca, pneumonia, sangramento nasal, perda de penas, diarréia com sangue, problemas renais, ataxia, convulsões e anemia.

Parasitos nas aves de gaiola

• Como Identificar os Sinais Clínicos

A incidência de doenças clínicas graves é relativamente baixa nas aves de gaiola. Como em outras espécies, as formas clínicas quando aparecem podem ser graves. É muito proveitoso para os veterinários observar aves como pacientes, no sentido de tomarem mais cuidados nas espécies de animais domésticos de estimação. A avaliação dos parasitos fecais em exames variam necessariamente com a espécie do doente. Por exemplo, é muito raro encontrar parasitos intestinais no Papagaio do Amazonas, porém é muito freqüente nas espécies de tucanos. O parasitismo nas aves domésticas ocorre como uma infestação natural adquirida na vida selvagem ou pode ser contraída e ampliada nas coleções dos criadouros.

- ECTOPARASITOS

Todavia os parasitos das penas são referidos com insistência na literatura. O piolho vermelho é comum em algumas aves domésticas e silvestres. Em 9 anos de prática aviculturista eu apenas vi dois casos de piolho vermelho em aves de gaiola.

Um caso foi de um canário procedente da Holanda, onde o piolho é um grave problema de saúde. O outro caso foi uma Cacatua que vivia sem a proteção de qualquer repelente de piolho.

O piolho do canhão das penas é referido esporadicamente em Cacatuas; normalmente são vistos a olho nu ou em biópsia. Todavia este parasito não causa qualquer alteração clínica e pode ser tratado.

Os piolhos das penas raramente são vistos em Cacatuas em criadouros. Esses “furgões” (boxcar), do tamanho de piolhos, são encontrados nas primeiras penas das asas e da cauda, e não causam sinais clínicos. São facilmente tratados.

O Knemidopcoptes é comumente visto em periquitos (escamas na face e nas pernas). Este piolho microscópico causa uma descamação que se assemelhe a favo de mel. O Knemidopcoptes é raro em outros psitacídeos. Outra forma é vista em canários e á chamada de bolotas dos pés. A proliferação do tecido queratinoso dos pés é comum. O tratamento é difícil e pode exigir repetidas doses de medicação.

• ECTOPARASITOS POR ESPÉCIES DE AVES

Os parasitos das penas geralmente são raros em aves de gaiola. Os clientes devem ser orientados para não usar qualquer tipo de inseticidas como preventivo. Esses produtos são desnecessários, são um desperdício e, potencialmente, são perigosos.

• Periquitos: Vermes cilíndricos são raramente vistos em periquitos de aviário contaminado. A giárdia é pouco comum, com uma incidência em torno de 35 por cento. A coccídia e hematozoários são raros.

• Calopsitas: A giárdia é muito comum, com incidência superior a 50 por cento. Vermes cilíndricos raramente são encontrados. A coccídia é de difícil diagnóstico e, também, de difícil tratamento. Existem referências sobre o isolamento em aviários devido o Cryptosporidia.

• Papagaios: Parasitos intestinais são extremamente raros nos papagaios. As tênias são encontradas raramente.

• Araras: Tênias são raramente encontradas. O diagnóstico destas pode ser feito pela presença de segmento das fitas. Nas aves susceptíveis é comum a cosinofilia estar sempre presente. Capillaria e ascarídia (vermes cilíndricos) são vistos raramente. Na Arara-da-Costa-Cinzenta o haemoproteus é raramente encontrado, parasitando os glóbulos vermelhos.

• Cacatuas:Vermes hepáticos (liver flukes) são vistos em Cacatuas do peito rosa e ocasionalmente na espécie branca. Vermes em fita são muito comuns, Áscaris são raros. Plasmódios e Haemopteus são vistos comumente em glóbulos vermelhos. A microfilária é menos freqüente.

• Agapornis: A microsporídia foi referida como uma causa pouco freqüente de CNS, sinais e mortalidade. O diagnóstico normalmente é feito através da histopatologia. A giárdia é vista numa incidência de 25 por cento. Vermes cilíndricos são raros.

• Papagaio Cinza do Gabão e Poicéfalos: (Senegal, Jardim e Cabo): As tênias são muito comuns, evidenciadas pela eosinofilia ou pelos próprios segmentos )anéis em fita) nas fezes. A floculação nas fezes é um processo muito falho.

• Tucanos: Áscaris, coccídia e giárdia são freqüentemente vistos.

• Conures: vermes cilíndricos ocorrem raramente. Raramente são vistas coccídias. Hemoproteus é encontrado no Half-Moon Conure.

• Canários: O plasmodium malária é um problema sério no Vale Central da Califórnia, com maior incidência na primavera e outono. Supõe-se que mosquitos possam conduzir esses parasitos dos pardais nativos. A mortalidade pode ser rápida e fatal. O microorganismo quando visto no sangue circulante geralmente tem forma de anel de sineta. Normalmente é visualizado através dos corantes de Giemsa ou Wright em esfregaços de baço ou fígado. O Atoxoplasma é um problema comum em todo o mundo. O microorganismo é ocasionalmente visualizado no sangue circulante, nos leucócitos, numa amostra fecal direta, e mais freqüentemente no fígado, baço e pulmão. A sulfacloropirizidina é o tratamento de escolha para o atoxoplasma. A cura clínica parece ser impossível.

Em canários é comum a presença de ácaros nos sacos aéreos. O achado de ovos nas fezes, como refere à literatura, é extremamente raro. A visualização por transiluminação da traquéia pode, algumas vezes, identificar os ácaros. A terapia dos ácaros nos sacos aéreos é com ivermectina.

• Finches: Malária e atoxoplasma são vistos em Finches. Em adição, é também visto o verme “spirurid” da moela. Uma espécie de tênia causando mortalidade aviária foi referido.

• Brotogerids: Grey-Cheek Parakeets e Bee-Bee Parrots: Giárdia foi ocasionalmente visto. Vermes são raros.

• EXAMES DE FEZES

O exame de fezes é essencial para prevenir os parasitos ocultos e que comprometem a ave. O método preferido é o exame direto de fezes frescas, em solução salina, em esfregaço. Um exame negativo não significa, todavia, que a ave está “isenta”. Um exame mais acurado pode ser obtido pelo método tricoma, realizado pelo Laboratório Aviário da Califórnia.

Fezes frescas são coletadas em álcool polivinil para conservar qualquer forma parasita. A amostra é então colocada em uma lâmina, incubada 24 horas a 37 graus Celsios, e então submetida a ação do corante tricoma. Este procedimento identifica as diferentes formas de parasitos no material contaminado. As infecções por giárdia são comuns em Periquitos Ondulados, Calopsitas e Agapornis.

Oocisto de coccídia / Knemidokopts pilae / Giárdia / Ovos de Áscaris / Liver fluke / Plamódio em sangue periférico / Ovos de ácaros da pena.

Renata Martins

Lançamento do E-book de Primeiros socorros


E-Book de Primeiros Socorros

Clique no link para maiores informações


                


Piolho em aves

PIOLHOS EM AVES



O piolho é uma praga que afeta quase todas as espécies de aves e mamíferos. Esse parasita se fixa a pele para se alimentar do sangue e/ou de resíduos da epiderme, causando intensa coceiras na região mordida. Mesmo sendo minúsculo, a infestação de piolhos em aves domésticas acaba gerando bastante dor de cabeça aos tutores.

Provocam diversas zoonoses e necessita de tratamento adequado. Normalmente se alojam na superfície do corpo dos animais. No caso dos pássaros, ficam na pele, penas e até mesmo nas narinas, o que causa muito incômodo. Os piolhos em aves são tão graves que podem causar o óbito em casos não tratados adequadamente.

Existem diferentes espécies de piolhos que podem atingir os pássaros. Atualmente, já foram catalogadas mais de 40 espécies de piolhos. Todos pertencem à família do malófago, ou seja, ectoparasitas de aves e mamíferos que não sugam sangue, pois possuem aparelho bucal triturador e nutrem-se com a substância córnea da epiderme, das penas e dos pelos.

A maioria dos piolhos está espalhada por todo o planeta, podendo afetar tanto aves domésticas quanto as selvagens, de todos os tamanhos e idades. Além disso, animais infectados geralmente abrigam mais de um tipo de piolho em seu corpo.

Dentre essas 40 espécies conhecidas, 6 delas são as mais frequentes em aves domésticos.

O primeiro é o "piolho das asas", popularmente conhecido por "piolho desplumante", pois se alimenta das penas. Possui um corpo cinza em diversos tons e se aloja principalmente nas asas, cabeça e cauda. Aves que contraem esse tipo de piolho logo apresentarão falhas na plumagem e feridas em suas asas.

O "piolho corporal" é o que mais afeta aves domésticas de diferentes espécies. Ao contrário dos outros tipos, esse parasita é mais robusto e pode se alimentar do sangue, da pele e de pedaços das penas. Sua forma é bastante semelhante a uma pulga. Gosta de se alojam em áreas com pouca pena, como em torno da cloaca. No entanto, conforme a infestação avança, pode parasitar o restante do corpo. Essa espécie é muito prejudicial para a saúde da ave, principalmente quando filhote.

Espécie pequena, mas que causa sérios danos à plumagem e saúde das aves, o "piolho da haste" geralmente se aloja no peito, tronco e ombros. Normalmente se alimenta de detritos de pele e sangue das feridas resultante.

Já o "piolho de pomba", parasita frequentemente pombas, porém podem afetar as espécies doméstica. Gosta de ficar na parte interior das asas, onde também deposita seus ovos. Sua dieta consiste em resíduos de pele e penas.

Por último, o "piolho de cabeça". Como o próprio nome já diz, gosta de parasita a área da cabeça e pescoço das aves. Essa espécie não se alimenta de sangue, mas sim de pequenos resíduos da pele e plumagem. Em caso de infestação, o tratamento deve ser rápido para evitar danos mais graves à saúde. Aves jovens e filhotes são os mais atingidos.

O piolho causa muita coceira na ave, que fica muito agitada e se bica para se livrar do incômodo gerado pelas picadas.

Forma de contágio:

Uma ave saudável contrai piolho de duas maneiras: uma delas é no criadouro que cresceu, já sendo adquirida doente ou quando entra em contato com aves domésticas ou selvagens contaminadas, como pardais, rolinhas e pombas. Normalmente, essas aves livres gostam de buscar comida na gaiola dos que estão presos, facilitando o contágio.

Sintomas provocados pela presença de piolho:

O primeiro, e mais visível, sintoma apresentado por uma ave contaminada é a coceira. Ela fica extremamente agitada, se coçando a todo o momento e até se automutilando para se livrar do incômodo. Dependendo do grau de infestação, outros sinais podem surgir, como perda da vitalidade, diminuição do apetite, irritabilidade, queda e perda do brilho das penas, fraqueza, letargia, depressão e pouca cantoria.

Tratamento:

Se notar esses sintomas, leve seu companheiro ao veterinário especializado para garantir que o problema são os piolhos. Diagnosticado corretamente, o profissional indicará algum medicamento para o tratamento, podendo ser encontrado em pet shops. Siga os passos prescritos pelo médico veterinário e pela na bula.

Há também a opção de tratamentos caseiros. É uma maneira efetiva e natural de cuidar do animal infectado. Experimente adicionar algumas gostas de vinagre de maçã no pote que o pássaro usa para tomar banho. Geralmente se usa 10 ml para 1 litro de água. Essa substância mata os piolhos, mas não os ovos, por isso o procedimento deve ser repetido várias vezes. Assim, conforme os parasitas vão nascendo, serão mortos pelo banho de vinagre.

Outra opção é misturar 100 g de fumo de corda com 1 L de álcool de cozinha. Reserve a solução por três dias. Em seguida, retire o fumo de corda e, para cada 100 ml do líquido, acrescente 900 ml de água. Por fim, borrife na gaiola, poleiros e parede que tenham piolhos. Se o bichinho não for arredio, aplique também nas suas penas. Em cerca de 5 dias os parasitas devem morrer.

Antes de iniciar qualquer tratamentos caseiros, consulte o veterinário para saber se é a melhor opção. Dependendo da espécie de piolho, a forma efetiva de erradicação são os medicamentos vendidos em pet shops .

A melhor forma de prevenir piolhos em aves é através da higiene e desparatização.

Prevenção:

A principal forma de prevenção aos piolhos é cuidar adequadamente da higiene do lar e do animal. Higienize regularmente a gaiola e os arredores, e realize desparasitação periódica com orientações de um veterinário. Bichinhos que costumam tomar banho com mais frequência raramente contraem esse parasita, pois dificulta a procriação. Além disso, tente manter a gaiola num local que aves selvagens não tenham acesso, pois são o principal foco de contaminação.

Em casos de infestação, isole a ave dos seus companheiros para não serem contaminados. Se ele estiver sozinho, a gaiola deverá ser trocada. Trate e compre outra casinha ou desinfete-a bem. Todos os cuidados são importantes para prevenir piolhos em aves de estimação.

Cuidado com indicação de medicamentos. É extremamente perigoso.

Renata Martins